Perigo

Quando o fogo vira rotina

Focos de incêndio consomem campos próximos às casas do Bairro Planejado Liberdade

Carlos Queiroz -

Em quatro anos, esse deve se confirmar como o dezembro com o tempo mais seco de Pelotas. A estiagem se torna propícia para os focos de incêndio em campos e áreas com a vegetação alta, sem podas frequentes. No loteamento Liberdade, nas Três Vendas, a presença do fogo em locais próximos às casas se tornou rotina. Na tarde da última quinta-feira (19), um incêndio tomou conta de um dos campos atrás de algumas casas e, segundo os moradores, foi o maior dos últimos meses.

O fogo ocorreu em dois locais: em um terreno vazio entre duas casas e em um campo atrás de outras moradias. Alba Nogueira é moradora do Liberdade há um ano e, desde então, passou a conviver com o perigo nos fundos de casa. Atrás do terreno, um campo com vegetação alta e algumas árvores se tornou ponto frequente queimadas. "Hoje foi o pior de todos", contou.

O fogo da tarde de quinta-feira começou ainda pela manhã, por volta das 8h. O dia iniciou com o trabalho braçal dos moradores, com mangueiras, para tentar evitar que as chamas se alastrassem. "Nós paramos pra almoçar e logo depois voltamos a sentir o cheiro da fumaça". Alba e o companheiro, Bruno Nogueira, são do Amazonas, no norte do país, e vieram para a cidade no último ano.

Durante a tarde, o fogo consumiu todo o campo. A presença do Corpo de Bombeiros foi necessária nos dois momentos do dia. Segundo o soldado Behling, a corporação estava monitorando a região ao longo do dia, mas teve de priorizar atendimentos também em outras localidades. Onze municípios da Zona Sul são atendidos pelo Corpo de Bombeiros, que precisa se desdobrar para suprir a demanda.

Ainda de acordo com o soldado, uma bituca de cigarro, por exemplo, pode ter impulsionado o ocorrido, já que a falta de chuva tem deixados os pastos secos. Conforme dados fornecidos pela Embrapa Clima Temperado, em 2018 o volume de chuvas em dezembro na cidade alcançou os cem milímetros, já em 2019, por enquanto, o número chega a 32mm.

Morador há três anos do local, Michel Valente, relata que os incêndios são muito frequentes. "Todo verão é a mesma coisa", afirmou. No entanto, as outras vezes não se prolongaram por tanto tempo quanto o da tarde dessa quinta-feira. Membro da Associação de Moradores do Bairro Liberdade, Elisa Fagundes explicou que os moradores já se reuniram para analisar as imagens da câmera de segurança do condomínio, com o objetivo de analisar se os fogos são causados por membros da comunidade no entorno. "As imagens são muito escuras, até por causa da fumaça. Ainda não conseguimos descobrir nada".

Dica para a população
O soldado Behling recomenda que os moradores em casas próximas aos locais com a vegetação seca criem aceiros no entorno da moradia. Bruno é um dos moradores do Liberdade que segue a recomendação, em volta da casa o pasto é baixo, o que impede que ocorram focos de incêndio. "Assim, o material combustível diminui", explicou Behling.

Os aceiros podem ser feitos em qualquer casa que tenha vegetação no entorno. Por meio de ferramentas ou tratores, a área verde é raspada, suprimida, de forma que fique um espaço de isolamento entre as vegetações, evitando a passagem do fogo. O método preventivo protege cercas, postes e arames.

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